Bene Barbosa é presidente do MVB, Movimento Viva Brasil,
uma associação civil sem fins lucrativos que atua de modo diversificado e que
congrega entre os seus principais objetivos o apoio e o desenvolvimento direto
de ações em relação à defesa. Além disso, Bene é autor do livro “Mentiram para
mim sobre o desarmamento”, onde expõe as possíveis contestações aos argumentos
dos desarmamentistas.
Ferrenho defensor da derrubada do Estatuto do
Desarmamento, Barbosa – que é consultor em segurança pública – me concedeu essa
entrevista exclusiva, e o resultado vocês conferem aqui:
Brina - Como
e quando surgiu seu interesse por armas?
Bene Barbosa - "Desde que me
entendo por gente! Sempre fui apaixonado pela história das mesmas, seus
mecanismos, design, tiro esportivo e recreativo! Armas nunca representaram para
mim e, óbvio, em minha casa objetos de opressão ou violência. Muito pelo
contrário!"
Brina - Em
2004, criou-se o MVB, Movimento Viva Brasil. Como foi idealizado, e qual o foco
do movimento?
Bene Barbosa - "Confesso que
aconteceu tardiamente. Eu já atuava nessa área desde meados da década de 90,
mas foi após a aprovação do chamado "Estatuto do Desarmamento" e com a
proximidade do referendo que viria a acontecer em 2005, que entendemos a
necessidade de termos algo mais concreto para lutar contra tais absurdos."
Brina - O livro “Mentiram para mim sobre o desarmamento”, de sua autoria, é uma obra de
grande importância, pois traz dados relevantes e elucida diversas questões
sobre o tema. Você acredita que a “relutância” de algumas pessoas sobre o
desarmamento, se dá pela falta de informação?
Bene Barbosa - "Não tenho a
menor dúvida sobre isso. Resumindo grosseiramente, só é favorável à tese
desarmamentista quem é desinformado (ou informado de forma mentirosa) ou
aqueles que por pura questão ideológica acreditam que o Estado deve ter o
monopólio da força."
Brina - Você
costuma dizer que “tirar armas das mãos dos cidadãos não reduziu os índices de
violência no país. Pelo contrário, eles aumentaram”. Poderia dissertar a
respeito?
Bene Barbosa - "Aqueles que
escolhem a vida criminosa não se importam nem um pouco com as leis restritivas,
ou seja, o velho e óbvio jargão de que bandido não compra arma em loja. Por
outro lado, acaba se sentindo bastante encorajado quando sabe que a legislação
impede ou dificulta ao extremo que suas vítimas, obedientes à lei, estejam em
pé de igualdade para enfrentá-los."
Brina - Como
um especialista em segurança pública, estudante e pesquisador do assunto há
mais de 20 anos, como você, vê as mudanças de opinião da população sobre o desarmamento
ao passar dos anos, tendo em vista, por exemplo, que o porte de armas já foi
permitido no Brasil?
Bene Barbosa - "Até o início da
década de 90 as armas nunca foram tidas como um problema. De repente, de uma
forma absolutamente artificial e forjada, começou-se a implantar no Brasil a
ideia de que as armas eram as grandes vilãs da história e o cidadão ordeiro,
que buscava sua defesa, fazia parte o problema e não da solução. O cidadão
passou a ser tratado como bandido e o bandido como vítima. Isso ocorreu
inicialmente no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso e foi
mantido até os dias atuais. A questão é que muitos formadores de opinião,
sociólogos, “especialistas” e autoridades embarcaram nesse discurso fácil e
perigoso, enquanto a população não! Essa foi a grande surpresa que eles tiveram
em 2005 quando saíram derrotados de um referendo que davam como ganho. Foi exatamente
como a eleição do Trump, onde “todos” foram pegos de surpresa com o resultado
“inesperado”."
Brina - Como
professor, bacharel em direito e presidente do MVB, qual sua visão a respeito
da posição e atuação do poder público em relação às armas?
Bene Barbosa - "Catastrófico!
O mesmo poder público que não consegue sequer controlar os criminosos presos é
o mesmo que diz que nós não podemos ter uma arma para nossa defesa! Oras, quer
discurso mais antagônico e mentiroso que esse?"
Brina - É correto afirmar que “armar alguém, automaticamente, o torna mais violento”?
Bene Barbosa - "Faz tanto
sentido quanto dizer que alguém que compra talheres vai se tornar obeso... Não
há nenhuma relação comprovada! A própria questão do uso do termo violência já é mais uma farsa! Toda violência é ruim? Não! Muito pelo contrário, há violência
queridas e necessárias. Prender alguém durante 30 anos não é uma violência? É!
E não é necessária no caso de criminosos? Sem dúvidas! Um cidadão que para
salvar sua família ataca e mata um criminoso usou de violência? Claro! E isso
foi ruim ou condenável? Não! A verdade é que quando se usa o termo violência, o
que ele faz é criar a ideia que todos somos culpados. Que um policial que
mata um criminoso é tão parte do problema quanto um bandido que mata um
policial. Absurdo!"
Brina - Quais
os melhores meios de desmistificar informações deturpadas que acabam sendo
transmitidas à população?
Bene Barbosa - "Hoje temos a
Internet! Temos farta literatura sobre isso, inclusive em português. O
“Mentiram para Mim Sobre o Desarmamento” meu livro com o Flávio Quintela, o
Preconceito Contra as Armas do Professor John Lott, o livro Violência de Armas: A experiência Inglesa da Dra. Joyce Lee Malcolm são alguns exemplos."
Brina - A seu ver, a campanha do desarmamento inibiu o número de armas no Brasil, ou mesmo
diminuiu a violência no país?
Bene Barbosa - "A campanha de
desarmamento e a atual legislação só serviram para desarmar as vítimas e não
passou nem perto de desarmar os criminosos que continuam se abastecendo com o
que há de mais moderno e letal no mercado negro, na ilegalidade! Os homicídios
continuam crescendo e afirmar que houve qualquer diminuição por conta do
desarmamento é simplesmente uma mentira, uma farsa!"
Brina - Recentemente,
voltou a ser destaque o Projeto de Lei 3722/12, (de Rogério
Peninha Mendonça - PMDB/SC) que visa estabelecer
uma nova regulamentação para a aquisição, a posse, a circulação e o porte de
armas no Brasil. Qual a importância de tal propositura?
Bene Barbosa - "Ao contrário
do que muitos na imprensa afirmaram, o projeto não visa armar os cidadãos, bem
como é mentira máxima que o projeto aprovado possibilitará que qualquer um sair
armado pelas ruas. O projeto visa adequar a legislação ao resultado do
referendo de 2005 e mantém sim rígidos controles, muitos deles até excessivos
mas necessários neste momento de transição. O mais importante é que sairemos de
uma legislação que tem o princípio de desarmar para uma legislação atualizada e
moderna que estabelece critérios objetivos, controles e fiscalização, mas que
GARANTE o direto de escolha do cidadão."
Brina - Você
acredita haver resistência dos parlamentares para essa aprovação?
Bene Barbosa - "Sem dúvidas!
A bancada dos partidos de esquerda como o PSDB, PT e PSOL sem dúvidas se
empenharão em derrubar o projeto. Para esse pessoal, de cunho autoritário e
estatista, a vontade popular não vale nada! São ditadores travestidos de
democratas que não terão o menor pudor simplesmente ignorar os fatos reais
sobre os malefícios do desarmamento. São liberticidas da pior espécie que tem
como objetivo um Estado que tudo controla e tenha o monopólio do uso da força."
Brina - De
que maneira o cidadão pode contribuir para o avanço desse PL?
Bene Barbosa - "Primeiramente
COBRANDO uma posição do seu Deputado Federal! E dando apoio ao PL 3722/12 pelos
canais disponíveis para isso. Em especial o Disque-Câmara (0800-619-619) que
atende das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira e não aceita ligações de celular
e Fale Conosco do Portal da Câmara dos Deputados."
Brina - Ao contrário do que alguns pensam, o fim do estatuto do desarmamento não daria
livre acesso às armas. Quais seriam os requisitos para aquisição e porte?
Bene Barbosa - "Idade mínima
de 21 anos, residência fixa, não estar respondendo processo por crimes dolosos,
comprovação de renda lícita, entre outros. Para o porte, ou seja, para andar
armado pelas ruas há critérios mais rigorosos como laudo psicológico e teste de
tiro."
Brina - É possível fazer uma analogia entre locais sem porte de arma com grande número de
violência e criminalidade, para países com porte de armas e com um número muito
menor em relação ao mesmo?
Bene Barbosa - "Facilmente!
Basta compararmos o Brasil (poucas armas e muitos homicídios) com o Uruguai e o
Paraguai (que possuem muitas armas e poucos homicídios). O Uruguai, em
especial, é o país mais armado para América do Sul e tem a segunda menor taxa
de homicídios."
Brina - Jair
Bolsonaro, bem como seus filhos, são assíduos defensores armamentistas. Qual
seu posicionamento em relação a eles?
Bene Barbosa - "O melhor
possível. Em 2004, quando fundamos o MVB, só tínhamos 8 deputados federais que
tinham coragem de nos apoiar e criticar o desarmamento, Jair Bolsonaro era um
deles! Seus filhos Eduardo, Flavio e Carlos não só são contrários ao
desarmamento como também apoiam o MVB e são hoje meus amigos."
Brina - Em poucas palavras, como definiria o “desarmamento”.
Bene Barbosa - "Uma farsa! Uma ameaça à liberdade e uma segurança extra aos criminosos."
Brina - Quais os meios para
saber mais sobre seu trabalho?
Bene Barbosa - Temos o site
do MVB (www.mvb.org.br), os livros citados
podem ser adquiridos em nossa livraria (http://livraria.mvb.org.br/).
Há também o meu Twitter (twitter.com/benebarbosa_mvb), meu Facebook pessoal (https://www.facebook.com/bene.barbosa.35) e o meu blog no Portal CadaMinuto (http://www.cadaminuto.com.br/blog/bene-barbosa).
Há também o meu Twitter (twitter.com/benebarbosa_mvb), meu Facebook pessoal (https://www.facebook.com/bene.barbosa.35) e o meu blog no Portal CadaMinuto (http://www.cadaminuto.com.br/blog/bene-barbosa).
Parabéns ao pessoal do blog por da a oportunidade do ilustre professor Bene Barbosa mostra a farsa por trás do Estatuto do Desarmamento! Professor Bene Obrigado por lutar pelos nossos direitos somos muito gratos ao senhor !
ResponderExcluirMuito boa a entrevista. Parabéns ao blog, por dar espaço ao assunto, e ao profº Bene pela constante luta pelo nosso direito à defesa!
ResponderExcluirExcelente entrevista, o que o Brasil precisa é ter o seu direito de portar arma de volta, como era ate os anos 90 e a criminalidade era muito rara.
ResponderExcluirEsclarecedor. Obrigado.
ResponderExcluirBenê, sempre certeiro.
ResponderExcluirExcelente entrevista, parabéns!
ResponderExcluirParabéns pela entrevista! Bem esclarecedora!
ResponderExcluirParabens pelo blog e por abordar um tema tão empurrado embaixo do tapete, A midia prega o desarmamento da população, mais não o de seus seguranças nem abrem mão de seus carros blindados.
ResponderExcluirResumindo a "entrevista": levanta a bola que eu corto.
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