terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Entrevista Exclusiva com Bene Barbosa





    Bene Barbosa é presidente do MVB, Movimento Viva Brasil, uma associação civil sem fins lucrativos que atua de modo diversificado e que congrega entre os seus principais objetivos o apoio e o desenvolvimento direto de ações em relação à defesa. Além disso, Bene é autor do livro “Mentiram para mim sobre o desarmamento”, onde expõe as possíveis contestações aos argumentos dos desarmamentistas.
Ferrenho defensor da derrubada do Estatuto do Desarmamento, Barbosa – que é consultor em segurança pública – me concedeu essa entrevista exclusiva, e o resultado vocês conferem aqui:


     Brina - Como e quando surgiu seu interesse por armas?

Bene Barbosa - "Desde que me entendo por gente! Sempre fui apaixonado pela história das mesmas, seus mecanismos, design, tiro esportivo e recreativo! Armas nunca representaram para mim e, óbvio, em minha casa objetos de opressão ou violência. Muito pelo contrário!"

Brina - Em 2004, criou-se o MVB, Movimento Viva Brasil. Como foi idealizado, e qual o foco do movimento?

Bene Barbosa - "Confesso que aconteceu tardiamente. Eu já atuava nessa área desde meados da década de 90, mas foi após a aprovação do chamado "Estatuto do Desarmamento" e com a proximidade do referendo que viria a acontecer em 2005, que entendemos a necessidade de termos algo mais concreto para lutar contra tais absurdos."

Brina - O livro “Mentiram para mim sobre o desarmamento”, de sua autoria, é uma obra de grande importância, pois traz dados relevantes e elucida diversas questões sobre o tema. Você acredita que a “relutância” de algumas pessoas sobre o desarmamento, se dá pela falta de informação?

Bene Barbosa - "Não tenho a menor dúvida sobre isso. Resumindo grosseiramente, só é favorável à tese desarmamentista quem é desinformado (ou informado de forma mentirosa) ou aqueles que por pura questão ideológica acreditam que o Estado deve ter o monopólio da força."

      Brina - Você costuma dizer que “tirar armas das mãos dos cidadãos não reduziu os índices de violência no país. Pelo contrário, eles aumentaram”. Poderia dissertar a respeito?

Bene Barbosa - "Aqueles que escolhem a vida criminosa não se importam nem um pouco com as leis restritivas, ou seja, o velho e óbvio jargão de que bandido não compra arma em loja. Por outro lado, acaba se sentindo bastante encorajado quando sabe que a legislação impede ou dificulta ao extremo que suas vítimas, obedientes à lei, estejam em pé de igualdade para enfrentá-los."

Brina - Como um especialista em segurança pública, estudante e pesquisador do assunto há mais de 20 anos, como você, vê as mudanças de opinião da população sobre o desarmamento ao passar dos anos, tendo em vista, por exemplo, que o porte de armas já foi permitido no Brasil?

Bene Barbosa - "Até o início da década de 90 as armas nunca foram tidas como um problema. De repente, de uma forma absolutamente artificial e forjada, começou-se a implantar no Brasil a ideia de que as armas eram as grandes vilãs da história e o cidadão ordeiro, que buscava sua defesa, fazia parte o problema e não da solução. O cidadão passou a ser tratado como bandido e o bandido como vítima. Isso ocorreu inicialmente no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso e foi mantido até os dias atuais. A questão é que muitos formadores de opinião, sociólogos, “especialistas” e autoridades embarcaram nesse discurso fácil e perigoso, enquanto a população não! Essa foi a grande surpresa que eles tiveram em 2005 quando saíram derrotados de um referendo que davam como ganho. Foi exatamente como a eleição do Trump, onde “todos” foram pegos de surpresa com o resultado “inesperado”."

Brina - Como professor, bacharel em direito e presidente do MVB, qual sua visão a respeito da posição e atuação do poder público em relação às armas?

Bene Barbosa - "Catastrófico! O mesmo poder público que não consegue sequer controlar os criminosos presos é o mesmo que diz que nós não podemos ter uma arma para nossa defesa! Oras, quer discurso mais antagônico e mentiroso que esse?"

Brina - É correto afirmar que “armar alguém, automaticamente, o torna mais violento”?

Bene Barbosa - "Faz tanto sentido quanto dizer que alguém que compra talheres vai se tornar obeso... Não há nenhuma relação comprovada! A própria questão do uso do termo violência já é mais uma farsa! Toda violência é ruim? Não! Muito pelo contrário, há violência queridas e necessárias. Prender alguém durante 30 anos não é uma violência? É! E não é necessária no caso de criminosos? Sem dúvidas! Um cidadão que para salvar sua família ataca e mata um criminoso usou de violência? Claro! E isso foi ruim ou condenável? Não! A verdade é que quando se usa o termo violência, o que ele faz é criar a ideia que todos somos culpados. Que um policial que mata um criminoso é tão parte do problema quanto um bandido que mata um policial. Absurdo!"

Brina - Quais os melhores meios de desmistificar informações deturpadas que acabam sendo transmitidas à população?

Bene Barbosa - "Hoje temos a Internet! Temos farta literatura sobre isso, inclusive em português. O “Mentiram para Mim Sobre o Desarmamento” meu livro com o Flávio Quintela, o Preconceito Contra as Armas do Professor John Lott, o livro Violência de Armas: A experiência Inglesa da Dra. Joyce Lee Malcolm são alguns exemplos."

Brina - A seu ver, a campanha do desarmamento inibiu o número de armas no Brasil, ou mesmo diminuiu a violência no país?

Bene Barbosa - "A campanha de desarmamento e a atual legislação só serviram para desarmar as vítimas e não passou nem perto de desarmar os criminosos que continuam se abastecendo com o que há de mais moderno e letal no mercado negro, na ilegalidade! Os homicídios continuam crescendo e afirmar que houve qualquer diminuição por conta do desarmamento é simplesmente uma mentira, uma farsa!"

Brina - Recentemente, voltou a ser destaque o Projeto de Lei 3722/12, (de Rogério Peninha Mendonça - PMDB/SC) que visa estabelecer uma nova regulamentação para a aquisição, a posse, a circulação e o porte de armas no Brasil. Qual a importância de tal propositura?

Bene Barbosa - "Ao contrário do que muitos na imprensa afirmaram, o projeto não visa armar os cidadãos, bem como é mentira máxima que o projeto aprovado possibilitará que qualquer um sair armado pelas ruas. O projeto visa adequar a legislação ao resultado do referendo de 2005 e mantém sim rígidos controles, muitos deles até excessivos mas necessários neste momento de transição. O mais importante é que sairemos de uma legislação que tem o princípio de desarmar para uma legislação atualizada e moderna que estabelece critérios objetivos, controles e fiscalização, mas que GARANTE o direto de escolha do cidadão."

Brina - Você acredita haver resistência dos parlamentares para essa aprovação?

Bene Barbosa - "Sem dúvidas! A bancada dos partidos de esquerda como o PSDB, PT e PSOL sem dúvidas se empenharão em derrubar o projeto. Para esse pessoal, de cunho autoritário e estatista, a vontade popular não vale nada! São ditadores travestidos de democratas que não terão o menor pudor simplesmente ignorar os fatos reais sobre os malefícios do desarmamento. São liberticidas da pior espécie que tem como objetivo um Estado que tudo controla e tenha o monopólio do uso da força."

Brina - De que maneira o cidadão pode contribuir para o avanço desse PL?

Bene Barbosa - "Primeiramente COBRANDO uma posição do seu Deputado Federal! E dando apoio ao PL 3722/12 pelos canais disponíveis para isso. Em especial o Disque-Câmara (0800-619-619) que atende das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira e não aceita ligações de celular e Fale Conosco do Portal da Câmara dos Deputados."

Brina - Ao contrário do que alguns pensam, o fim do estatuto do desarmamento não daria livre acesso às armas. Quais seriam os requisitos para aquisição e porte?

Bene Barbosa - "Idade mínima de 21 anos, residência fixa, não estar respondendo processo por crimes dolosos, comprovação de renda lícita, entre outros. Para o porte, ou seja, para andar armado pelas ruas há critérios mais rigorosos como laudo psicológico e teste de tiro."

Brina - É possível fazer uma analogia entre locais sem porte de arma com grande número de violência e criminalidade, para países com porte de armas e com um número muito menor em relação ao mesmo?

Bene Barbosa - "Facilmente! Basta compararmos o Brasil (poucas armas e muitos homicídios) com o Uruguai e o Paraguai (que possuem muitas armas e poucos homicídios). O Uruguai, em especial, é o país mais armado para América do Sul e tem a segunda menor taxa de homicídios."

Brina - Jair Bolsonaro, bem como seus filhos, são assíduos defensores armamentistas. Qual seu posicionamento em relação a eles?

Bene Barbosa - "O melhor possível. Em 2004, quando fundamos o MVB, só tínhamos 8 deputados federais que tinham coragem de nos apoiar e criticar o desarmamento, Jair Bolsonaro era um deles! Seus filhos Eduardo, Flavio e Carlos não só são contrários ao desarmamento como também apoiam o MVB e são hoje meus amigos."

Brina - Em poucas palavras, como definiria o “desarmamento”.

Bene Barbosa - "Uma farsa! Uma ameaça à liberdade e uma segurança extra aos criminosos."

Brina - Quais os meios para saber mais sobre seu trabalho? 

Bene Barbosa - Temos o site do MVB (www.mvb.org.br), os livros citados podem ser adquiridos em nossa livraria (http://livraria.mvb.org.br/). 
Há também o meu Twitter (twitter.com/benebarbosa_mvb), meu Facebook pessoal (https://www.facebook.com/bene.barbosa.35) e o meu blog no Portal CadaMinuto (http://www.cadaminuto.com.br/blog/bene-barbosa).

9 comentários:

  1. Parabéns ao pessoal do blog por da a oportunidade do ilustre professor Bene Barbosa mostra a farsa por trás do Estatuto do Desarmamento! Professor Bene Obrigado por lutar pelos nossos direitos somos muito gratos ao senhor !

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  2. Muito boa a entrevista. Parabéns ao blog, por dar espaço ao assunto, e ao profº Bene pela constante luta pelo nosso direito à defesa!

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  3. Excelente entrevista, o que o Brasil precisa é ter o seu direito de portar arma de volta, como era ate os anos 90 e a criminalidade era muito rara.

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  4. Parabéns pela entrevista! Bem esclarecedora!

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  5. Parabens pelo blog e por abordar um tema tão empurrado embaixo do tapete, A midia prega o desarmamento da população, mais não o de seus seguranças nem abrem mão de seus carros blindados.

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  6. Resumindo a "entrevista": levanta a bola que eu corto.

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