sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Entrevista Exclusiva com o músico Eddie Zyne


Ex-baterista da dupla Daryl Hall & John Oates 

  
A extensa carreira de Eddie inclui tocar com Daryl Hall e John Oates, Stephen Dees, Desmond Child e Tony Carey. Ele conseguiu ainda brilhar durante a turnê do 20° aniversário do The Monkees, onde ele não só tocou bateria para o Monkees, mas também para The Grass Roots e Gary Puckett. Eddie também teve o prazer de tocar bateria para grandes talentos como Rick Derringer e Brian Howe, e atualmente é o baterista de banda "The Livesays".

Brina - Como, quando e onde você começou sua carreira?

Eddie Zyne - “No período em que estive no Coral Gables High em 1965 eu me juntei a minha primeira banda. O líder da ban­da era Winston Scott, que mais tarde se tornou um astro­nauta. O baixista era Will Lee, que passou a tocar com todo mun­do, e desde então tem estado há 33 anos com David Let­terman. O guitarrista era Ste­phen Dees, que mais tarde mudou-se para o baixo, e nós tocamos juntos em diversas bandas ao longo de nossas car­reiras inteiras.
Minha primeira turnê profis­si­onal foi em 1975, com Daryl Hall e John Oates, que pro­du­ziu, provavelmente, as perfor­man­ces mais incríveis da mi­nha carreira por causa das can­­ções, os músicos e as vo­zes de Daryl e John. Eu me lem­bro de parar um momento e absorver tudo. Eu sabia que era especial, mesmo antes de estourar e vir a tona,  enquanto estávamos na estrada.”

Brina - Nos anos 70 você fez parte da lendária banda Hall & Oates. Como você descre­veria essa experiência?

Eddie Zyne - “Havia uma can­ção, "Falling", que tem uma seção intermediária que nós acrescentamos esses sons que soam quase como uma or­questra. A banda sai e Daryl tocava uma figura hipnótica sobre o piano elétrico Wurli­tzer. Eu tocava notas leves no prato de condução. A junção do baixo e sintetizador deram números de notas profundas. Durante todo o tempo as luzes estavam apagadas e a única luz era a partir das luzes do ponto super-soldado atingindo uma bola espelho girando len­tamente que nós levamos com a gente. Foi um simples, mas super eficaz uso de luzes. Vo­cê pode imaginar o local gi­gan­­te tendo girando lenta­men­te luzes das estrelas. Durante o tempo que a seção estava to­cando, eu estava tão envolto em ouvir a banda como o resto do público.
Esta banda teve a seção rítmi­ca firme de alta energia de Stephen e eu, que temos es­ta­do tocando juntos há anos, o guitarrista incrivelmente ta­len­toso Todd Sharp, os te­clados de bom gosto de David Kent e o sax doce de Charlie De­Chant. Combine isso com a gui­tarra de John e voz soulful e inconfundível de Daryl e seu piano Wurlitzer elétrico e ban­dolim com arranjos vivos que as bandas nem sequer tentam fazer hoje em dia, e você tem o resultado de uma experiên­cia musical inigualável que muitos fãs, e eu incluído, ainda se lembram daqueles shows como sendo muito especiais e acima da maioria dos shows que já foram.
Essa banda, que agora nós nos referimos como "The 70's Hall and Oates Band", nunca gra­vou no estúdio, porque o pro­du­tor durante esse período de três anos não queria que os mem­bros da banda influen­­ci­as­sem no que ele queria fazer. Não foi até recen­temente, quan­do Hall & Oates lançou um box set de 4 discos que abrangem a sua carreira e fez a banda aparecer em fai­xas. Isso aconteceu porque, quan­do foram da­das  a Daryl e John to­das as músicas que a gravadora tinha para eles  escolherem, uma fita de duas vias de nossa primei­ra apre­sentação ao vivo em Londres foi incluída. Quando ouviram isso elas foram elimi­nadas. O box set que saiu em 2012, "Do What You Want, Be What You Are", era composta de gravações de estúdio, que começou no mais breve esfor­ço até o presente. Mas quando atingem os anos 70, houve a apresentação ao vivo de cinco músicas. Isso foi provavel­men­te o maior elogio e muito apreciado reconheci­mento pa­ra essa formação incrível que terminou em Julho de 1977. Eu acho que alguém já começou uma petição para tentar reunir essa banda para um show, a possibilidade mais provável seria fazê-lo no show de Da­ryl, "Live From Daryl’s Hou­se".”

Brina - Quais foram as ra­zões que o levaram a deixar a banda?

Eddie Zyne - “Eu tinha me juntado a banda com o meu “irmão” Stephen Dees. Nós estávamos na estrada pro­mo­vendo o primeiro álbum solo "Hip Shot" de Stephen, produ­zido por Daryl Hall. Tommy Mottola nos chamou para dizer para cortar a pequena turnê e voltar para a estrada com Hall & Oates. Stephen pediu que ele pudesse fazer pelo menos uma música, por ele próprio ou com Daryl, e sugeriu sua can­ção "Kerry" desde que era tan­to dele e da nova gravação de Hall e Oates "Bigger Than Both Of Us". Ele foi negado e não fez a turnê. Não era o mesmo sem ele no palco na­quela turnê e quando eu recebi telefonemas para entrar para os ensaios sobre a próxima tur­­nê eu não retornei as cha­ma­das. Não foi muito inteli­gen­te da minha parte. Eu esta­va esperando que se eu espe­ras­se tempo suficiente eu poderia ser capaz de estar em uma posição melhor para per­guntar se Tommy liberaria Ste­phen do seu contrato. Eu soube que enquanto eu estava em turnê, Stephen apenas sen­tou-se em seu aparta­men­to em NYC e não foi autoriza­do a tocar em qualquer lugar desde que ele ainda estava sob contrato com Mottola. Por eu não estar retornando as suas chamadas eles sim­ples­mente encontraram outro baterista, eu admito agora que foi um movimento realmente tolo da minha parte e eu não posso culpá-los. Felizmente eu ainda sou um bom amigo de John e Daryl.”

Brina - Quais foram os mo­men­tos e parcerias mais me­mo­ráveis em sua carreira?

Eddie Zyne - “Melhores mo­mentos: Tocando com meu ma­is antigo e melhor amigo e companheiro de banda Ste­phen Dees, desde que nós tí­nha­mos 13 anos. Tocando com Daryl e John no Hall & Oates, é claro.Tocando com G.E. Smith em Desmond Child e Rouge.Tocando com Tony Carey. Tocando com Davy Jo­nes e The Monkees e Gary Pu­ckett e The Grass Roots. Tocando com "Lonesome" Da­ve Peverett em Foghat. Tocando com Rick Derringer. Tocando com Billy Livesay em "The Livesays". Tocando com Billy Livesay e original ba­ixista da Foghat, Tony Ste­vens, na banda "Slow Ride". Tocando com Fernando Per­do­mo em "Dreaming in Ste­reo".
E a melhor e mais memorável coisa de todas foi tocar com Todd Rundgren e a Orquestra Sinfônica de Rockford em 2012”

Brina - Atualmente, você é par­te da banda "The Live­says". Quais são os novos projetos da banda?

Eddie Zyne - “"The Live­sa­ys" está tocando mais do que nunca, e estamos ter­mi­nando com o nosso 3ª CD com a banda nessa pro­gra­ma­ção atual. (É o quarto CD se vo­cê cavar no caminho de vol­ta para o que fizemos quando começamos o grupo). Eu estive com Fernando Perdomo, Marisol Rivera e Vincent Cuevas para o show "Dreaming In Stereo" no fes­tival Internacional Pop Over­throw em 25 de julho de 2015. Gravamos nosso novo sin­gle no dia seguinte e ele estará disponível em vinil.
Billy Livesay, Tommy Hall e eu estamos fomos ao Cana­dá para tocar com  Tony Stevens "Slow Ride" no grande "Woods Music Fes­tival". E vem muito mais por aí.”

Brina - Eddie, por favor, envie uma mensagem para seus fãs brasileiros.

“Nunca desista, porque coisas boas estão vin­do, mesmo que não haja um único sinal de qualquer coisa no horizonte. Sempre viver a vida pronto, e estar preparado como um músico ou qualquer outra coisa que você fizer. Mantenha seu espírito elevado e nunca desista. Se você parar, você certamente nun­ca saberá o que há para você depois. Mas se você con­­tinuar acreditando em si mes­mo, mesmo quando outros já desistiram há muito tempo, você sempre terá uma chan­ce. Mesmo depois de eu final­mente ter tocado com Todd, eu ainda tenho a chave do ho­tel do quarto daquele show que simplesmente aconteceu, e tinha estas palavras nela: "Se mantenha inspirado."”

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